2004/04/07

Cumplicidades

Costumo almoçar todos os dias na Tasca do Zé Caneca, boa francesinha e melhor bebida, mas infelizmente ontem estava fechada porque o Zé teve de ir acompanhar o nosso FCP a Lyon, para o grande jogo de mais logo. Como tal tive de ir almoçar a um desses restaurantes modernos de self service, paredes de madeira e chão de azulejo bem limpo que há aqui na baixa do Porto.
A contragosto lá fui, e, apesar de todo aquele aparato e pessoas estranhas, valeu-me o facto de eles terem vinho à pressão e umas chamuças, rissóis e croquetes razoáveis, se bem que lhes faltava mais um bocado de gordura ou óleo requentado para dar gosto.
Almocei tranquilamente e começava já a encaminhar-me rapidamente porta fora para fugir àquele ambiente no qual não me enquadrava, quando reparo num rústico trabalhador braçal, que igualmente com um ar de quem não sabia bem onde estava se encaminha na minha direcção.
Ainda absorto por este quadro (ou talvez pelos três pipos de vinho à pressão que entretanto malhei) só à segunda é que ouvi quando ele me perguntou "Ó amigo, por acaso não sabes onde é que um gajo pode mijar por aqui ?".
Não lhe soube responder mas fiquei contente com a cumplicidade que ali se gerou e que o levou a dirigir-se logo à única pessoa com quem ele facilmente se entenderia naquele sítio... Um bem haja para ti, "ó amigo" !!!

Chamuças !!!

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