2003/12/30

Aviso para o ano novo

Caríssimos, deixo-vos aqui um pequeno aviso.
Amanhã é o dia da passagem de ano (ou a noite da passagem de ano). Neste dia, e por volta da meia-noite, hà muito quem goste de soltar a cortiça das garrafas dessa bebida bichona que é o chaumpânhe. É bebida de rôto. Ponto final. As "borbulhinhas" dizem tudo! A única vantagem delas é ajudarem o pessoal a formar as "bombas silenciosas" (se calhar é este o truque do Nel).
Assim sendo, juntem-se a mim e amanhã à meia noite abram a (sétima) garrafa de tinto!
Um 2004 cheio de petiscos e tinto para todos!

Em vez de "tchim, tchim" façam "Hip! Hip! Uva!"!

2003/12/28

Quadra rapideira

Já passou o Natal,
Recebi muitos presentes,
Mas do que gostei mais,
Foi das passas no meio dos dentes.

Estivemos todos reunidos,
Que alegria tão grande!
Agora vamo-nos juntar de novo...
Quereis que vos diga quande?

"Quande" - já disse.

2003/12/24

Natal

Aaooooouuuuuuu

Estamos no Natal. Hoje é dia de consoada!

A Maria já foi ao galinheiro, para apanhar o pito mais gorducho que lá havia. Coitado do pito. Mal ele sabe que logo à noite vai estar cá no bucho a jogar umas cartas com o bacalhau!

A Maria faz um arroz de frango , daqueles.... Os miúdos estufadinhos...ui... Os miudos do frango, claro.

Na mesa de consoada, temos sempre um arroz de frango, bacalhau cozido com batatas e um vinho. Enquanto a Maria depenava o pito, fui à Tasca e pedi ao Quinquilhas uma "botelha" do seu melhor vinho. Uma colheita de 1999, do Ti Bairros, que me custou (imaginem lá) a módica quantia de 2,80€. Mas também estamos no Natal e a família merece do melhor.

No caminho parei numa loja do euro-e-meio. Comprei uma brincadeira pró puto..ele vai gostar. Queria uma máquina de cálcular para ir prá escola, mas eu já o fui avisando que ele pode muito bem ir a pé. Comprei-lhe uma daquelas coisas de plástico, onde podemos colocar o detergente com água. depois tem uma argola onde a gente assopra e sai bolas de sabão. Um fenómeno...o que estes cientistas inventam hoje em dia. A minha mulher comprou-lhe dois pares de meias brancas...ahhhhh...mas desta ves não tem raquetes. Tem as palavras "SPORT".

Tudo iria correr bem, se não fossem os meus sogros irem consoar lá em casa. Da-se!! O que vale é que o vinho que trouxe, vai pôr a velha logo bêbada. Aquilo é pinga valente. A única maneira de a aturar é emborrachá-la. Começa a cantar sozinha e em frente à lareira peida-se como gente grande....Uma risota. Serve para animar o nosso querido Natal.

Bom.... Depois contarei o rescaldo destes dias Natalícios.

Bom Natal a Todos...com muitas prendas, especialmente se forem de beber.
Bem-Haja!!!!

2003/12/22

Um Verdadeiro na Lapónia!

É de mais um Verdadeiro a história que vos venho contar.
Verdadeiro porquê? - podeis perguntar. E eu digo-vos porquê:
  • Tem uma barriga que impõe respeito! Muita isca e muita broa com chouriço estarão alojadas naquela pança!
  • Mais do que bigode, tem barba! Isso traduz-se em muito mais sítio para deixar o molho das moelas ou as migalhas do pão
  • Anda sempre com a mesma roupa (a côr é que deixa um bocado a desejar... ou é de um clube de segunda e da 2ª... circular, ou é amigo do "camarada" Cassete Cunhal)
  • Anda sempre de um lado para o outro, procurando tascas onde possa saciar a fome e a sede
  • Carrega sempre a merenda no seu saco. Imagino... deve estar cheio de sandes de presunto, bola de carne, queijo e torresmos
  • Consta que o nome dele vem de "Nicolau" e diga-se que "Nico" é um nome "à Verdadeiro"
  • Finalmente, "a cereja no topo", tem nariz de pinga, ninguém pode negar. Aquele nariz grande e vermelho (algumas semelhanças com Rodolfo - a rena gay - são pura coincidência) não engana! É de pinga! Conheço muitos assim!
Há quem o chame de renófilo, porque é conhecida desde há muito tempo a relação sombria que mantém com as renas que o trazem daqui para "acoli"... mas eu acredito que seja tudo com boa intenção. As renas sentem-se sozinhas naquele frio imenso e é bem verdade que todos eles precisam de aquecer.
Estamos numa época em que se costumam dar coisas. Por isso, Quinquilhas, vê lá se ofereces uns copos à malta!
Boas festas para todos, regadas com tinto!

PS: Só ainda não percebo porque é que as pessoas gostam tanto do Pai Natal por ele deixar prendas... O meu cão deixa-me presentes todos os dias no quintal e eu não gosto mais dele por isso...

2003/12/16

Poema de Inverno (encore)

Aaooooouuuuuuu

Neste dia de Inverno
Queria escrever um "pouste"
Mas o Tóne feito esperto
"Antecipouste"

Agora para matar o frio
Bebo um copito do vinho
E deixo as ideias de lado
Ali...naquele cantinho.

Da-se lá pro frio
Não para de aparecer
Oh Neca, ajuda a malta
E peida-te para aquecer!

E tu Nando das Pitas
Bais levar uma "abada"
Quando te meteres na lerpa
Aqui com o resto da cambada

Oh Nel das Fisgas
Meu ganda caralho,
'Cando é que me trazes o garrafão
Pra eu levar pró trabalho?

Do frio não reza a história
Se o Tó se embebedar
Pois a tasca fica bem quente
Com o bafo que deixa no ar

Cheira a vinho no ar
Esse cheiro tão chique
Brruuup...ai que não posso
Tou bêbado....hic...

Corro lá pra fora
Faço uma mijinha num carro
Hic...entro e peço
Brruuppp...mais vinho no jarro.

Despeço-me com amizade
E prometo cá voltar
Pra mandar mais uns bitaites
Ou uns poemas declarar

Meus amigos....até mais "bere"

Hermenegildo Baptista - poeta popular, reconhecido em terras do Cambojda, Vietname e Estados Unidos, onde foi missionário do vinho verde. Congregado neste último país, com a gran rolha do Texas, em 2003, sucedendo ao Tri Campeão Mundial do vinho - George W. Bush, herdeiro de um tradição de pais. Segundo prémio para a "Bochecha mais corada", atrás do GWB, no festival do tintol em Monte Guateu de Cima, Biseu. Medalha de Prata nos Jogos Olimpicos do Gargalo de 2002, na prova do vinho a martelo, atrás também do GWB. Da-se pró gajo!!!

Um Verdadeiro no Iraque

Anda nas bocas do Mundo!
Não falo do pão com bifana e molho picante, mas sim do Sá Dáme Ússeine.
Falo também da perseguição que foi preparada pelos amaricanos (que de "bom" - relativo - têm o vinho, e pouco mais)!
Eles, que pretendem inundar o Mundo com comidas do Demo, aquelas a que chamam fáste-fude (o nome é adequado - aquilo "fude" mesmo o estomâgo a um gaijo)! Eles que andam a encher o nosso Planeta com cadeias dessas comidas modernas, que só provocaram cáries ao miúdos (sai mais um prato de miúdos, Quinquilhas!) e úlceras aos adultos.
Passo a explicar: o Bush e os seus camaradas armaram uma cilada ao Sá para o apanharem. Desculpa utilizada: armas químicas. Método: Apanhada. Motivo real: Enfiarem-lhe um hamburguer do McDonáldes pela goela abaixo.
Não estavam a contar é que a comunidade de Verdadeiros não se deixa intimidar (ficar intímo) por esses fachonos que se dizem sobrinhos de um tal Sam. Ora esse Tio Sam não podia ter tantos sobrinhos, por isso isto não passa tudo de uma cegada!
Voltando ao Iraque... Os amaricanos apanham o Sá. Ele que como verdadeiro Verdadeiro tinha o seu bigode bem "montado", nariz de "pinga" e frequentava as melhores tascas ("Quinquilhas Oil" e tantas outras). Para ver se ele tinha estado na tasca puseram-se logo a inspeccionar-lhe a boca, com lanterna e tudo, procurando restos de coirato, pataniscas ou polvo com molho verde! - Todo o Mundo viu, que eles fizeram questão de transmitir em tudo o que era televisão!
Perante isto, eu digo: "Sá! Se precisares de alguma coisa, avisa pá! A malta do PP já tratou de te enviar um contentor cheio de pataniscas, moelas e chamuças! Que te façam bom proveito!!!".
Amaricanos, começa aqui o nosso embargo aos vossos "alimentos"!
Uma patanisca ressentida para todos.

PS1: Até o nome dele é de verdadeiro. SA dáme Ússeine. SAÚ - fazendo lembrar esse portento da música popular portuguesa que é o pequeno SAÚL.
PS2: Ele armas químicas tem, de facto. Mas depois de malhar cinco malgas de tinto e comer um feijoada "à moda do Quinqas" quem é que não se transforma numa verdadeira arma química. O Nando e o Neca que o digam. Da-se!

2003/12/11

Poema de Natal

Aaoooouuuuuuu

Nesta época de Natal
Gosto de receber prendas
Como garrafões de vinho
Pra levar para as merendas.

P.S. Se pretendes ler os poemas da série "Poema de Inverno" tens ler os posts antigos.
P.S.1. Também posso enviar-te um fascículo com os mesmos....

2003/11/29

Poema de Inverno 5

(7) Aaooooouuuuuuuuuuu

Neste dia de Inverno
Vou-vos ser muito franco
Prá aquecer bebo um copo
Seja tinto ou seja branco.

(7) "O Poeta Popular" - em Nadorenguês

2003/11/28

Poema de Inverno 4

(6) Aaoooouuuuuuuuu

Neste dia de Inverno
Tou com frio nos colhões
Ninguém me manda sair à rua
De t'shirt e calções

(6) ...

2003/11/27

Poema de Inverno III

(5) Aaoooouuuuuu

Neste dia de Inverno
Está um frio de morrer
Bebo um copo de vinho
Nem que seja, prá aquecer

(5) Já sabem para que serve....

2003/11/26

Poema de Inverno 2

(5) Aaoooouuuuuuuu

Bebo um copo de vinho
Antes de ir para o trabalho
Neste dia de Inverno
Com um frio do caralho

(5) Forma de cumprimentar a malta

2003/11/25

Poema de Inverno

(4) Aaaoooouuuuuuuuuuu

Neste dia de Inverno
Está um frio de rachar
Vou beber um copo de tinto
Antes de começar a trabalhar.

(4) Forma de cumprimentar a malta

2003/11/18

Lendas do Nosso Portugal Popular - III

Constituindo nome ímpar, Carrapichana, freguesia de Celourico da Beira, conta a tradição que deve o seu nome a uma senhora, chamada Ana, figura típica e conhecida pela Carrapichana e lugares circunvizinhos.
Conhecida pela sua voz aguda e forte de corpo, não se ficava atrás no que toca a beber. Sendo grande apreciadora de vinho, devorava de uma vez só, qualquer copo de vinho que lhe oferecessem.
Ao darem-lhe um copo de vinho a beber, os homens incentivavam-na dizendo:
- Escorropicha esse copo, Ana! (Escorropicha designa o acto de beber).
Com o correr do tempo a terra passou a designar-se Carrapichana, por via erudita de "Escarrapicha, Ana!", para designar a terra onde " Escarrapicha Ana!" um copo de vinho sem parar.
Num prédio da rua da Amoreira, encontra-se uma figura de pedra, que o povo chama Carrapichana, mulher que deu o nome à sua terra.

Escorropichadelas a todos!

PS: Pergunto-me qual a origem desta palavra... seria alguma dama (com problemas de dicção) em apuros a gritar: "Es'corro! Es'corro! Picha!"

2003/11/16

Quem eu encontrei???

(3) Aaaoooouuuuuuuuuuuuuu

Imaginem quem eu encontrei!?!?!?!? O Ti Bairros!!!!...eheheheh é verdade.
Ônte fui ao Porto a uma consulta no hospital, por causa de umas hemorroidas e gases que me atormentam nesta época de castanha e vinho. Atão eram praí sete e pico...da tarde quando vou a passar naquela rua grande....os Alinhados, onde se fazem as festas de S. João no Porto. Umas vezes em Maio, outras em Junho e já vi em Julho.
Bom...ia a passar, como ia dizendo, e há lá um local com muitas camionetas. Tou eu a percorrer o paralelo da calçada, quando encostado a uma camioneta, está o Ti Bairros. Mão colada à viatura, boné na cabeça, gabardine pelos ombros e pernas semi-abertas. Dei por ela porque ele puxou uma daquelas suas "verdes" (que o tornaram penta campeão do atiranço da bisga, lá na Tasca do Nunes) e com o barulho do costume amanda-a pró chão. Paro. E qual é o meu espanto, vejo o Ti Bairros agarrado à mangueira pessoal, e a tentar lavar a camioneta, pela zona das rodas traseiras. Que quadro!
Por momentos não soube o que fazer, mas decidi apertar-lhe o bacalhau e aproveitei (que ainda tinha tempo para a carreira das sete e meia), para também eu, dar uma regadela na camioneta dos STCP, que ia partir naquele instante rumo à Avenida daquele clube de camisolas esquisitas.

E pronto...era só para saberem que, enquando libertávamos líquido e embelezávamos a calçada de verde, conversamos um bocado e fiquei a saber que está tudo bem com ele e com os seus.

Um bem haja pró Ti Bairros. Se me estiveres a ouvir, vai a um posto de Net e lê o que acabei de escrever.

Bisgas a todos!!!

(3) Foi como cumprimentei o Ti Bairros assim que o encontrei....

2003/11/12

"O saber é como a dobrada, ocupa lugar mas não é nada que uma malga de vinho não resolva."

Todos nós sabemos que a verdadeira cultura popular está a desaparecer a cada dia que passa... É verdade hoje em dia dá-se muito mais importância às coisas etéreas e superficiais do que ao saber dos anos feito e passado de avós para pais e de pais para filhos ao longo de muitas gerações.
Foi por isso que fiquei tão contente quando descobri a existência da Universidade Popular do Porto. E mais contente ainda fiquei quando descobri que eles tinham seminários como este. No entanto não posso deixar de reparar que esta oficina (muito má designação, oficina lembra trabalho e trabalho não tem nada a ver com cultura popular) aborda principalmente a teoria e a discussão de ideias e opiniões, o que, apesar de ser legítimo e necessário, não abrange os temas realmente importantes, como por exemplo:
  1. Do bacalhau até à patanisca - ciclo de vida
  2. Cozido à Portuguesa - confecção e deglutição
  3. A vinha e o vinho - castas, história e enfardanço
  4. Lendas e tradições do nosso Portugal Popular
  5. Vestimentas, estilo e teoria comportamental
  6. A casa e a tasca - diferenças e semelhanças
  7. Futebol, sueca e restantes jogos e entretenimentos
  8. O insulto e o piropo - diferenças estilísticas e casos práticos
Deixo aqui o repto à Universidade Popular para organizar uma continuação para este curso, que aborde questões mais práticas, como as que eu acabei de referir. Já agora, convidarem-nos a nós Populares Portugueses para leccionar alguns destes temas também não era nada mal visto. Quanto a honorários escusam de se preocupar... A malta resolve o assunto com uns pipos do nosso bom vinho português e algumas valentes petiscadas pelas tascas do nosso querido Portugal.

E se mais ninguém pegar nestas ideias, não há problema. São temas que já ficam alinhavados para quando abrirmos a Universidade Popular Portuguesa !!!

2003/11/10

Lendas do Nosso Portugal Popular - II

Há muitos, muitos anos atrás houve uma batalha chamada Alcácer-Quibir (que parece o nome de uma música da Maria João e do Mário Laginha).
Nesse tempo havia um Rei chamado D.Sebastião que reinava em Portugal (e que comia muito - daí o "Sebastião come tudo, tudo, tudo...").
O D. Sebastião não se podia negar de ir a essa batalha (senão poderiam pensar que ele era rôto).
Juntou a sua tropa preparada para tudo (para *quase* tudo...).
O Rei D. Sebastião deu o sinal de fogo e os soldados correram (a ver quem chegava primeiro).
Sangue derramava nas suas espadas, caiam no chão cobertos de sangue (e gritavam "Ai Jasus Senhor... que não volto a ver a tasca do Quinquilhas!").
Era uma manhã coberta de nevoeiro, a tropa de Portugal venceu mas o Rei D. Sebastião tinha desaparecido (mal eles sabiam onde ele andava).
As pessoas sabiam que ele tinha desaparecido mas não sabiam como ele desapareceu (mas eu sei, tinha ficado com sede e decidiu ir ao Quinquilhas malhar um copo de três).
Pensaram que como essa manhã estava nevoeiro que ele voltava a aparecer um dia (só que o bebedeirão foi tamanho que quando acordou estava deitado na cama com um "tráveque" espanhol... a vergonha foi tanta que teve de saltar a fronteira para Espanha, onde junto com o "trávéque" viveu feliz para sempre...).
Torresmos com tinto a todos!

2003/11/06

DesNORTE...

Estava no outro dia agarrado a um prato de presunto e a beber um jarro de tinto, enquanto via o Boavista-FCP, quando assisti a uma cena lamentável:
Na mesa ao lado da minha estava um casal com o filhote, acompanhados de dois amigos. Discutiam futebol (falavam mal do Boavista e do Porto - foi no Centro-Sul de Portugal), quando um dos ditos "amigos" se virou para o miúdo e perguntou:
"Olha lá, tu és do Benfica ou do Sporting?", que é como quem pergunta "Queres levar um murro na cara ou um pontapé no cú?!?". Da-se! E as outras opções?
Um dia destes entro na tasca do Quinquilhas e perguntam-me: "Queres torresmos com bolor ou dois rissóis de moscardo?". Rais parta a ignorância!

PS: Pelo menos eu perguntaria "És do Porto, não és?" (enquanto segurava numa faca). Assim sempre reduzia o leque de respostas...

2003/11/02

O Elevador do Tio Mene

Aouuuuuuuuuuuuuu (2)

Meus Amigos!

Já lá vai algum tempo que não vos escrevinho qualquer coisita. A labuta diária impede-me de juntar dois dos meus neurónios a trabalhar para o Popular.
Mas a alegria que me invade a alma e os acontecimentos recentes fizeram com que me libertasse desta prisão e me fizesse deslocar à tasca para passar um bom tempo junto desta televisão à minha frente e carregar numas letras.
Isto não está relacionado com o facto de finalmente durante esta semana se ter anunciado que este é ano de bom Vinho!!! Naaaaaa... Melhor do que isso! Esta semana, após horas de esforço, dores incríveis e exercícios de respiração....fui TIO.
Uma moçoila de 3,450 kg de peso bruto passou a fazer parte da minha vida. Já marquei a boda do baptizado na Tasca do Nunes, com binhaça à descrição pró pessoal.
Mas falando da rapariga, tenho a anunciar que já começa a perceber as coisas da vida. Para além de ter dado a sua primeira cagada após lhe ter dito a palavra Benfica, viu na sexta-feira passada o primeiro golo do seu clube do coração, enquanto, de boca aberta (deslumbrada com o sucedido), procurava a torneirinha do nectar branco da mãe. Pode-se dizer que é Portista desde pequenina .......... e mamona.
Fui vê-la no outro dia. Sexto andar do hospital, lá fui eu com duas garrafas de vinho, uma broa e um tacho de rojões para a mãe, dentro de um saco. Chego perto do elevador e chamei por ele: "Oh Elevador???". Um homem ao meu lado ficou pasmado, mas o que é certo é que ele apareceu. Entrei. A meio da viajem, entram dois casais de Verdadeiros. Com uma média de idades entre os 40 anos, começaram a carregar nos números. Eu ia para o sexto, um dos casais para o 8º e o outro para o rés-do-chão, ou seja, 0.
-"Estranho - diz uma das mulheres - Atão eu carreguei aqui neste e isto está a ir pra cima??.
Pensei:"Está a bricar com a gente, tipo... desbloqueador de conversa".
-"És burra - responde o marido - tu carregaste no -3 e queres ir pra baixo? Não percebes nada disto. Eu carrego - e carregou no zero.
-" Não, mas ele vai pra cima e depois vem para baixo" - respondeu a outra senhora.
- "Atão se eu carreguei para baixo como é que ele vai para cima?"
- Cala-te, pôssa (que palavra gira que eu nunca soube como se escrevia). Isto vai lá dar" - respondeu o marido - Segura-te ai de lado que isto está a andar.
Passados 5 minutos (pelo menos pareceu) chegamos ao sexto andar. As portas abriram. Os casais à minha frente de plantão a tapar a porta. Eu a pedir licença pra sair e vira-se a ignorante: "Ai vai sair aqui??"
" Não, sua besta quadrada, eu nem quero sair. Tenho um fetiche por elevadores, sabia: cima, baixo, baixo, cima. Ohhhh..... Eu moro num elevador sabia? Até vim com comida e bebida para passar aqui um bom bocado. Aliás até escolhi o 6 porque me pareceu ser um bom número para carregar. Além disso eu já fiz muitos amigos num sito como este. Ou então sou o empregdo do hospital para levar as pessoas para os andares e dizer: Piso 6 - Obstetricia e Pediatria", Piso 3 - Psiquiatria para pessoas que não sabem andar de elevador! DA-SE!!!!!" - pensei eu com uma vontade de ter dito. Mas não disse.
Saí.
No caminho para o quarto, consegui perceber que, por momentos, dentro daquele elevador, senti-me um primata superior.

Inté!!!

(2) - Forma para cumprimentar o pessoal quando se chega à Tasca do Nunes.

2003/10/29

O "Verdadeiro" ataca de novo

È com uma pinga de tinto no canto da boca que vos "falo". Assisti no outro dia a uma daquelas cenas que são capazes de mexer com um homem (não estou a falar de terramotos, nem dos filmes da Angelina Jolinda). Fiquei mesmo emocionado...
Esta eu a atestar o depósito do meu veículo (Fiat 127 Turbo) com gota, quando a cena ocorreu. Acabei de verter a gota, dei uma sacudidela ao tubo (tá pago, tá pago!! A gota que está no tubo já foi contabilizada!) - os homens fazem isto muito melhor que as mulheres, ainda não entendi porquê, mas tenho as minhas suspeitas. Um dia destes debruço-me sobre este assunto - quando me dirijo ao caixa para pagar. De repente, reparo na porta de acesso à loja da estação de serviço - nesse preciso momento, um raio de sol iluminou a porta e assim que ela abriu (é uma daquelas modernas, que se abrem sozinhas - dizem "eles", cá para mim, está lá um gajo escondido a abrir e a fechar a porta) eis que se vejo um Verdadeiro. Camisola interior de alças, uma camisa aberta a esvoaçar (estava vento - não sei se era disso ou de algum descuido do homem), uma bigodaça de fazer inveja a muitos, uma calças sujas de óleo e uma cabeleira despenteada, como deve ser.
Esta visão já de si agradável, uma vez que gosto sempre de encontrar Verdadeiros pelo país fora (este episódio passou-se em Ceide), melhorou quando de repente o homem - que parou por breves instantes na porta - "sacou" de uma botelha de Martini (daquelas pequenas) e a "mandou abaixo" de golada! Ah valente! Fiquei logo com sede!
A seguir, atirou a garrafa vazia para o lixo (isso da reciclagem é para os fanchonos), meteu-se dentro camião que conduzia e seguiu viagem.
Bonito, pensei.
É bom saber que "eles andem aí".
Fiquei tão entusiasmado com a cena, que acelerei o passo, paguei a gota, e com o resto do dinheiro comprei também umas garrafitas de Martini. Dão sempre jeito. Às vezes apanha-se muito trânsito, temos de parar, e beber uma garrafita sempre ajuda a passar o tempo. Também comprei uma embalagem de torresmos. Não são a mesma coisa que os do Quinquilhas, mas dão para enganar o bucho!
Boas viagens!

2003/10/24

QUATRO VÍRGULA CINQUENTA E CINCO !!!!!!!!!

Foi este fim-de-semana apanhado, em Oliveira do Hospital um incauto condutor, que calmamente conduzia a sua viatura enquanto carregava uma carga etílica de precisamente 4,55 gramas de álcool por litro de sangue...
Quatro Vírgula Cinquenta e Cinco !!!!!!!!!!!!! Até a nós Populares Portugueses, habituados ao convívio com a garrafa e com a máquina de tirar finos este número impressiona, pois não é todos os dias que se vêm prestações deste calibre... É um valor que se aproximou perigosamente do recorde oficial registrado nas estradas portuguesas, e que pertence actualmente ao intrépido Serpense (???) Nuno Leocádio, que atingiu uns brilhantes 4,97 g/l de álcool no sangue, e é também uma marca que já não fica assim tão longe dos estratosféricos 6,27 g/l conseguidos pelo Tó Mané há algum tempo atrás mas que infelizmente não é uma marca oficial, pois o Tó enganou-se e em vez de bufar ao balão bufou para a cara do polícia responsável pela homologação da marca, instantaneamente tombando-o ao chão.

Quanto a este amigo de Oliveira-do-Hospital, infelizmente a GNR da Lousã, talvez com ciúmes de não conseguirem chegar ao nível deste verdadeiro Popular Português, demonstraram uma total incompreensão pelo seu estatuto de atleta de alta competição e em vez de o congratularem pelos seus brilhantes resultados, puseram-no na prisão... Que fique já registrado o nosso protesto formal contra esta forma de actuar por parte das nossas autoridades... Isto não é forma de tratar gente que tanto dá ao nosso país !!!

Queria por fim deixar uma palavra de apreço pela proeza deste "Verdadeiro"... São pessoas destas que nos incentivam a melhorar cada vez mais !!!

2003/10/18

Um homem, uma carreira !!!

Ora viva caros amigos !!!
É verdade, estou de volta após uma ausência (demasiado) prolongada...
A verdade é que estive ausente na Alemanha a trabalhar na construção civil. No entanto as saudades do nosso Portugal foram maiores e tive de voltar antes de acabar a minha comissão de serviço. Para além disso toda aquela cerveja que eles lá têm, e que em parte foi um dos motivos que me levou até lá, foi uma grande desilusão... Valeram-me os amigos portugueses que por lá encontrei que através de artimanhas e estratagemas vários (afinal de contas são portugueses) me foram abastecendo o bucho de Super Bock e sandes de orelha de porco e de coiratos.
Pois é, apesar de tudo as saudades bateram mais forte e ainda para mais sabendo dos próximos acontecimentos que se vão realizar por cá (como o campeonato de sueca que se vai realizar na tasca do Quinquilhas e outro grande acontecimento que é o que me leva a escrever este post) não poderia tomar outra atitude...Ainda assim queria aqui deixar a todos os emigrantes um grande abraço de agradecimento e fica já a promessa de um dia aqui aparecer um textozito de homenagem a todos os nossos amigos que andam a ganhar a vida por esse mundo fora...

No entanto o que me leva a escrever hoje não são as peripécias que me aconteceram na Alemanha, mas sim outro acontecimento de grande dimensão que se realiza cá no burgo (mais precisamente nas terras mais a sul). Como é óbvio estou a referir-me ao grande concerto que o enorme Emanuel vai dar amanhã à tarde no Coliseu dos Recreios em Lisboa.
Realizado sobre o tema "Ontem, hoje e sempre", este concerto promete encher o Coliseu e revisitar 10 anos de carreira (e de sucessos) deste nosso amigo e espera-se que seja em todos os aspectos superior ao concerto, já aqui referido num post anterior, que o Emanuel deu em Famalicão e que compreende-se agora, terá servido de preparação para o dia de amanhã.

Sendo assim deixo-vos com esta sugestão para uma tarde de domigo muito bem passada.
Encontramo-nos a partir das 17 horas no Coliseu dos Recreios para este concerto que promete perdurar nas nossas memórias...
Até amanhã e um abraço deste vosso amigo !!!

P.S.: Para todos aqueles que queiram saber ou pouco mais sobre o Emanuel, sobre as suas actividades e tudo o que lhe diga respeito aconselho a visita ao site oficial do artista, que podem encontrar aqui.

O cheiro inconfundível a castanhas (e não só) no ar...

É Outono!
O frio começa a dar mostras de si. Com ele chega meia dúzia de coisas boas que tornam esta estação tão especial. Ainda assim não tão especial como a estação... de serviço da Mealhada (aquelas sandochas de leitão...).
Uma das coisas boas são as castanhas. Vamos na rua em direcção à tasca e sentimos aquele cheiro fantástico no ar. Mandamos vir uma dúzia, que nos são entregues num cone de papel de jornal da semana anterior... Tomando atenção ainda conseguimos distinguir entre as letras o número de telefone da "mulatinha peito 44... muito gostosa". Anota-se o número. As mãos enfarruscadas da velhinha que nos entrega as castanhas mostram também as gretas causadas pelo sal. São a prova de anos e anos passados na assada das castanhas (para todas elas, o meu "muito obrigado").
Comemos as castanhas. Sabem a Outono. Fazem-nos reviver Outonos passados... e histórias que a seu tempo serão aqui contadas. Mais que tudo, vão-nos fazer ganhar o dia! Porquê? Por vários motivos. Passo a citar:
- As mãos enfarruscadas permitem que se pinte a cara alguém lá da tasca sem que dê por isso - risota geral (ou quase - o "enfarruscado" nunca acha muita piada);
- Os gases que as castanhas produzem vão fazer com que se ganhe uns pontos preciosos no concurso "cu arrotador" - o Neca vai à frente, logo seguido do Nando;
- Os putos que levam as cascas das castanhas no capucho dos casacos. Só gostava de ver as caras deles (e das mães) quando chegam a casa e atiram o casaco para o sofá...
- Como toda a gente sabe, com castanhas marcha muito bem a bela da jeropiga! Pois bem, eu gosto muito de castanhas, logo como muitas, logo bebo muita jeropiga (sim, sim... também tenho muitos gases - vou em terceiro no "ranking")!

São Martinho é quando um homem quiser... é que agora já hà castanhas congeladas.
Da-se! Um dia destes inventam torresmos em pó (daqueles que é só juntar água - ainda se fosse vinho). "Óh moço, traz-me aí meio quilo de torresmos em pó, um litro de água, uma colher para mexer, dois pães e um quartilho de tinto!"

PS: Voltar a ler o título...

2003/10/14

Lendas do Nosso Portugal Popular - I

Inicio aqui uma nova rubrica do Popular Português. Baptizei-a de "Lendas do Nosso Portugal Popular". Para começar, nada melhor do que escolher um simbolo que representa quase como nenhum a faceta popular deste país à beira-mar plantado: O Galo de Barcelos.

Segundo a lenda do Galo de Barcelos, os habitantes do burgo andavam alarmados com um crime e, mais ainda, por não se ter descoberto o criminoso que o cometera.

Certo dia, apareceu um galego que se tornou suspeito. As autoridades resolveram prendê-lo e, apesar dos seus juramentos de inocência, ninguém o acreditou. Ninguém julgava crível que o galego se dirigisse a S. Tiago de Compostela em cumprimento duma promessa; que fosse fervoroso devoto do santo que em Compostela se venerava, assim como de São Paulo e de Nossa Senhora. Por isso, foi condenado à forca.
Antes de ser enforcado, pediu que o levassem à presença do juiz que o condenara. Concedida a autorização, levaram-no à residência do magistrado, que nesse momento se banqueteava com alguns amigos. O galego voltou a afirmar a sua inocência e, perante a incredulidade dos presentes, apontou para um galo assado que estava sobre a mesa e exclamou:
- É tão certo eu estar inocente, como certo é esse galo cantar quando me enforcarem.
Risos e comentários não se fizeram esperar, mas pelo sim e pelo não, ninguém tocou no galo. O que parecia impossível, tornou-se, porém, realidade! Quando o peregrino estava a ser enforcado, o galo assado ergueu-se na mesa e cantou. Já ninguém duvidava das afirmações de inocência do condenado. O juiz corre à forca e com espanto vê o pobre homem de corda ao pescoço, mas o nó lasso, impedindo o estrangulamento. Imediatamente solto, foi mandado em paz.
Passados anos, voltou a Barcelos e fez erguer o monumento em louvor à Virgem e a São Tiago.


PS: Será que não estava toda a gente com um bebedeirão danado e julgaram ouvir o galo cantar, quando na realidade era um puto a dizer que tinha sujado as calças: "cóco.. (fiz) cócó"?

Da casa de quem?

Ando confuso. Das várias tascas que fazem parte do meu curriculo, cerca de três (dúzias) delas têm como "oferta" o "famoso" (ou não) VINHO DA CASA.
Isto cria-me alguma confusão...
Primeiro: O vinho é da casa de quem? É o dono da casa que estabelece o preço do tinto?
Segundo: Se o vinho é da casa, ninguém devia poder "ficar" com ele, certo?
Terceiro: Vinho da casa? Mas o vinho não é das uvas?
Quarto: Porque é que o vinho da casa é diferentes de tasca para tasca? O "Teobar Tinto" é igual em todo o lado, carago!
Quinto: Normalmente é mais barato que os outros, ainda que nem sempre seja pior. (?)
Sexto: Porque é que às vezes é apresentado em garrafas sem rótulo, com uma "rolha" de plástico e vem a pingar água? Será vinho em pó ao qual se adiciona água? Ou será vinho "líquido" ao qual se adiciona água?
...
Oitavo (lugar da Superliga): SLB >:)

São estas dúvidas que atormentam por agora a minha mente... bem, que se lixe! Vou ao Quinquilhas beber mais um copo três.

2003/10/06

Os "inhos" de Portugal

Aouuuuuuuuuuu! (1)

Há uma coisa que me incomoda neste Portugal: colocamos diminuitivos em quase todas as expressões que utilizamos - "inhos".
O Portuga nunca emprega uma palavra simples quando pode utilizar um diminuitivo. À mesa é o arrozinho, o bifinho com batatinhas, a saladita de pimentos. Vamos a um restaurante mais chique e pôe-se o empregado gay a dizer: "Ora...a especialidade da casa é a vitelinha assada no forno, regada com um molhinho de cogumelos, com umas batatinhas alouradas e uma folhinha de louro para dar aquele soborzinho especial. Ah....para sobremesa uma moussezinha de chocolate, pode ser???" Pode ser o car..... lá pró pane.... Da-se!
Bom!!! Em férias, são as casinhas, o solinho (ou mais para Norte o solzinho), uma suequinha, uma sonecazinha na praia e sobretudo, meus amigos, o tradicional: FININHO. Ahhhhhhhhh (hic). Já agora para os lados de Lisboa dizem Imperialzinha???
Esta bela característica do chamado patriotismo do Portuguesinho consiste em supor convictamente que tudo o que há nos outros países é pior do que em Portugal, ou - sempre na maior das boas intenções e das ignorâncias - melhor, mas pior. O melhor, mas pior é a maneira do Tuga contestar as evidências estrangeiras com o argumento de que está bem, pode ser melhor, mas no fundo o que é isso, sem o nosso tintinho, o nosso calorzinho e a nossa gentinha?
Mas uma coisa é certa.... não há nenhum país no mundo que tenha uma cultura como a nossa!

(1) - Expressão, termo, forma, mania, estupidez do Tuga saudar ou chamar outro Tuga quando o encontra na "bola".

Um novo TUGA!

Ora viva!

É ainda bastante emocionado que passo a fazer parte desta comunidade lusitana, que tem vindo a recriar uma cultura e um espirito nacional próprio.
Ainda está fresco na minha memória, o momento, as palavras ditas, a cara de espanto dos presentes, o cheiro ao vinho (boa pinga por sinal), a côr gordurosa dos rojões e o palito partido ao meio, que fizeram parte dos 5 minutos mais deslumbrantes da minha vida....ou não!! Agora faço parte desta trupe e por vossa sorte (ou azar) irei começar a partir de hoje a mandar os meus bitaites e caralhadas.
Ser portuga é ter a qualidade inegável de poder dizer seja o que for, em qualquer local e de preferência em voz alta para que todos os que se encontram à volta possam ouvir. Se estiver um sociologo por perto irá pensar: “Curioso! Este personagem parece ter um caracter e uma personalidade forte. É extrovertido e parece ser uma pessoa muito confiante. E bla..bla..bla”. Se houver um Tuga dirá para si: “Foda-se pró gajo. Num se cala!! Um gajo aqui a tentar ouvir o relato da bola com um mini-aparelho com auscultadores, com as pilhas nas últimas e ainda tem que levar com este? Se bem que lhe dou um pouco de razão. A mulher num tem nada que lhe dizer que tem que ir ao “marchê” na hora em que o FCP tá a jogar nas Antas uma partida importante para a SuperLiga. Há limites!!”
Seja como for, só tenho a agradecer a minha promoção e prometer ser fiel e ser...Tuga.

Até breve!

Hermenegildo Baptista - “Mene”

Primeira Entornização!

Foi com muito orgulho e com uns pratos de pataniscas e copos de tinto à mistura que o Popular Português acolheu no seu seio três novos membros.
A Entornização consistiu no baptismo com vinho tinto e na entrega do palito oficial.
A todos e a eles em especial um grande abraço e uma malga de tinto carrascão.
Que os posts deles contribuam para a divulgação da cultura popular portuguesa (e para umas risotas à mistura).

2003/10/01

Atentado à moral e bons costumes...

O castigo imposto pela Comissão de Disciplina da Liga ao Costinha atenta contra a moral e os bons costumes do povo português!
Meus amigos, é um BLOGUISTA ultrajado que vos fala.
Então não querem lá ver que agora um gaijo já não pode acomodar ou dar uma coçadela na "fruta" quando bem quer e lhe apetece?!?
O rapaz marca um golo - como alguns artistas da bola dizem: "marcar um golo dá uma tusa do caraças!" - logo, é natural que ele sinta a vontade de dar uma aconchegadela no escroto!
Toda a gente (excluem-se do significado desta palavras alguns "ligueiros") sabe o bem que sabe dar um jeitito ao material. Sendo assim, porque castigar um homem que tem a coragem de o fazer em público, evocando assim uma das mais antigas tradições do macho português?
Qualquer dia um gaijo é multado por coçar o rabo, ou passa a pagar imposto proporcional à quantidade de cera que saia na unhaca depois duma limpadela ao pavilhão auricular. Da-se!... Tou que não posso! Mas compreende-se, os gaijos não têm tomates, logo não sabem o bem que sabe!
Que logo o Costinha possa coçar a fruta ao pé da claque do Real.

Pataniscas a todos.

PS: Pelo menos ficamos a saber que o homem "os" tem no sítio.

2003/09/23

"O" Almanaque!

A "posta" de hoje é dedicada ao Verdadeiro Almanaque (é assim que a editora o intitula - e bem).
O Borda D'Água tem um reportório útil a toda a gente e contém todos os dados astronómicos e religiosos e muitas indicações úteis de interesse geral.
A Editorial Minerva disponibiliza-o pela módica quantia de 1,1€ - lá vai o tempo em que custava 10 tostões.
O Borda D'Água apareceu como a primeira (e talvez única) "revista" que se pode permitir que um homem leia. Tudo o resto são hinos à rabichice e aos bons costumes (exclui-se do lote de revistas referidas a Playboy, Penthouse, Gina, Tânia, etc...).
Curioso é o facto do Borda D'Água manter desde que me lembro a mesma capa. Na realidade, as únicas mudanças são o ano de publicação, o calendário e o preço (infelizmente).
Apesar da sua impressão a preto-e-braco, este almanaque continua a ser um sucesso, principalmente graças aqueles que como os membros do Popular Português se empenham em manter vivas as antigas tradições portuguesas e as malgas de vinho ora cheias ora vazias.
Sai mais um quartilho em honra do Borda D'Água!

Borda D'Água 2004

2003/09/16

Minis e rotices do género...

De algum tempo a esta parte que o nosso país (Norte de Portugal) vem sendo inundado com cartazes alusivos áquela que pode ser considerada a nona merdabilha do Mundo.
Obviamente, falo das tão afamadas-no-Sul "Minis". E o que são estas Minis?
Hipótese A:
Trata-se de uma miniatura que pode ser coleccionada. (coisa de rôto)
Hipótese B:
Quantidade de alcoól máximo que um Mouro pode beber sem levar uma carga de porrada da mulher. (se bem que acaba sempre por apanhar)
Hipótese C:
Amostra de mijo de burro para análise. (com gáz)
Hipótese D:
Todas as anteriores.

Pois bem, eu escolho a última hipótese. Para mim Minis são mesmo coisas de rôto. Macho que é macho bebe cerveja! E não incluo a famigerada marca que enche de mijo de burro as Mini-garrafinhas no lote de bebidas-chamadas-de-cerveja... mas adiante! 33cl é que é!

Já estou a ver: entra um estranja (um gaijo de um daqueles bairros de Lisboa) no Tasco do Quinquilhas e pede uma Mini. O Quinquilhas pede para repetir porque não percebeu. O estranja repete e o Quinquilhas também... estão nisto cerca de meia-hora até que o Quinqas manda: "Óh filho da puta, pede o que queres beber ou passa-te ao 'fresco'!".

Isto das Minis (se existisse a Mini Superbock) até tinha piada, mas apenas porque permitia beber mais do que os tradicionais 33 cl de uma vez. Bebendo duas sempre marchavam mais 7 cl do que o costume (é fazer as contas)...

Além do mais não nos podemos que esquecer que a Mini(e) ficou famosa por ser uma rata, de maneira que um gaijo nem tem a certeza de por onde é que as garrafinhas andaram!

Glu... glu... glu... ahhhh!

2003/09/12

Emanuel, és o MAIOR !!!

A emoção ainda me faz tremelicar a mão enquanto escrevo estas linhas... Mas tenho de vos contar os acontecimentos de um dos dias que ficarão para a história do Popular Português !!!
Tudo aconteceu ontem a propósito de um ajuntamento da malta para uma pequena confraternização à volta de um porco bem aviado... Como Populares atentos que somos, chamou-nos a atenção a organização de uma Feira de Artesanato e Gastronomia em Famalicão e resolvemos, por uma vez, sair do Tasco do Quinquilhas e atacar lá para os lados de Famalicão, terra de boas gentes e boas tascas !!!
Após nos reunirmos todos, como é óbvio, junto à primeira bica de cerveja que por lá encontrámos, fomos então à procura de um tasco onde pudéssemos assentar arraiais e desfazer um belo de um porco... Nada melhor que a "Tasca Rasca", que apesar de ostentar este nome, exceptuando o branco e o tinto à jarra (esses sim de acordo com o nome do estabelecimento), realmente era uma tasca de qualidade.
Ora meus amigos, se até aqui a noite já ia bem encaminhada, que dizer então quando começámos a ouvir os primeiros acordes do "Pimba, pimba" desse monstro, dessa figura incontornável da Música Popular Portuguesa que dá pelo nome de Emanuel !!!
Ó meus amigos não tenho palavras para descrever o magnífico e profissionalíssimo concerto dado por este mestre em que revisitou temas tão conhecidos como "Toma, toma", "Vamos a elas", "Romarias de Verão", "Felicidade" e o já referido "Pimba, pimba" entre muitos outros grandes temas...
Mas o melhor (ou como se costuma dizer, a cerveja em cima do bolo) estava reservado para o fim, pois terminado o concerto o grande artista (não o do Sporting que esse é artista é a atirar-se para a piscina) revelou-se uma pessoa acessível e extremamente simpática e esteve bastante tempo a confraternizar e a dar autógrafos aos seus inúmeros fãs. E foi precisamente aí, meus amigos, que EU consegui chegar junto do Homem e dar dois dedos de conversa com ele, enquanto ele me dava um autógrafo DEDICADO AO POPULAR PORTUGUÊS !!!

Ora, depois disto, que mais posso eu dizer, senão louvar este grande Senhor da Música Popular Portuguesa e desejar-lhe as maiores felicidades e sucessos futuros em todos os seus empreendimentos.

Emanuel, obrigado por tudo o que nos tens dado ao longo destes anos e como tu próprio dizes "Felicidade, felicidade" !!!

2003/09/11

Eles andem aí...

Hoje é dia 11 de Setembro! Pois é... este dia ficou para sempre marcado na História devido a um acontecimento que teve repercussões a nível mundial. Poucos esperavam que este acontecimento acontecesse (passo a redundância) neste dia, mas a verdade é que houve um homem capaz de tornar este dia memorável. Falo-vos, obviamente, do Quinito (o nome diz tudo - é dos nossos, carago!). O Quinito "lançou" para a fama no dia 11 de Setembro de 1988 esse grande guardião de seu nome Vitor Baía. Amado por uns (larilas), admirado por outros, tem dados provas de ser um grande jogador e um grande homem (daqueles com "O" grande). Parabéns Vitor!
Mas hoje falo de um outro acontecimento. Falo de algo que me provocou uma revolta imensa. Algo que me virou as tripas do avesso. Que me fez pensar se bebia mais uma bejeca ou se parava nas quinze! Então não é que os gaijos do Chipre agoram estão com a mania que são finos (antes fossem - sempre davam para beber)? Anda aqui um gaijo a divulgar a cultura portuguesa, a querer chamar a atenção dos portugueses para o homem popular que existe dentro de cada um de nós (salvo seja) e chegam-me este cipriotas trólarilas e estragam a vida a um homem? Da-se!
Agora, no Chipre, os taxistas foram "aconselhados" a não mostrar as medalhas que trazem ao peito (sacrilégio), a "tapar" a barriga (sem comentários) e a andar sem calções (querem que andem como? com a fruta à mostra?). Isto requer medidas drásticas! VERDADEIROS, juntem-se a nós nesta luta. Juntos seremos capazes de chamar estes tipos à realidade.
A manifestação terá o seu ponto de partida no Tasco do Quinquilhas. Depois da bejeca e da patanisca, partiremos rumo ao Consulado (gostava de saber quem é que o "consolou"). Lá faremos ouvir a nossa voz. A uma só voz arrotaremos: "Taxistas cipriotas, calem esses idiotas! Mostrem que são populares!".
Companheiros, caralho, juntem-se a nós!

PS: Como é que esta medida é possível? Só mesmo vindo dum país com o nome de Chipre, facilmente confundido com Chifre!

2003/09/02

Rai's Ma Parta

É verdade... rai's ma parta!
Então vai um gajo daqui ao Mónaco ver o clube do coração perder?? Chiça! Porra! Da-se!
Findo o desabafo, resta pensar no que de positivo esta deslocação proporcionou. E passo a citar:

  • Aportuguesámos o Mónaco (arrotos, farpas, bisgas no chão, lixo)
  • Comemos leitão, presunto, queijo e pão em tudo que era estação de serviço de Portugal e do Estrangeiro
  • Bebemos cerveja, vinho branco, vinho tinto e uísque
  • Andámos 3600 kilometros com as mesmas meias e cuecas
  • Deixámos tudo o que era gás espalhado por Espanha, França e Mónaco
  • Vimos belas coisas (mas nada como em Portugal)
  • Tivemos oportunidade de assobiar o Rui Costa
  • <CENSURADO>

Posto isto (e os óculos) que se lixe a bola! O que interessa é que foi um fartote!
E que lindo foi ver o Mónaco "inundado" com "Verdadeiros"... aquilo era migalhas de pão e espuma de cerveja nos bigodes, t-shirts caviadas a cheirar a sebo, gajos vestidos de fato de treino e sapatos... Um outro Mundo... ou o nosso Mundo num Mundo diferente.


PS: Lindo, lindo foi chegar a Portugal e ir comer a uma tasca a sério (que saudades). Mal nos sentámos e pedimos pão, vinho e cerveja as moscas que habitavam naquelas bandas começaram a sobrevoar a mesa, a poisar no pão (que belo sabor deixam) e a cairem dentro das garrafas de tinto.

2003/08/27

Dia de jogo

Sexta-feira, dia 29 de Agosto. Dia de jogo! E que jogo que vai ser...
A “armada” já se organizou e parte já se fez à estrada. Os que ficam partem amanhã rumo à mítica cidade do Mónaco.
Na bagagem segue um presunto, um leitão, pão e duas grades de cerveja. Era só o que faltava um gajo arriscar-se a ter de beber cerveja estrangeira! Até parece mal chamar àquele “mijo de burra” cerveja, mas pronto...
O plano está traçado... a “armada” junta-se a meio da tarde rumo à tasca “monasquina”. Se não houver, abre-se a mala do carro e improvisa-se uma tasca bem à portuguesa mesmo ali.
Depois vem a hora do jogo. Portuga que se preze não deixa que os larilolés dos estranjas se cheguem na hora da fila para entrar para o estádio. Pelo sim pelo não mandam-se dois valentes arrotos (daqueles que cheiram a alho) e uma farpa (com cheiro a couves podres). Posto isto, temos o território marcado!
Começa o jogo. O pessoal espera que o intervalo chegue para beber mais uma buba. Então mas isto nunca mais acaba? Estou a ficar cheio de sede...
Termina o jogo. Espera-se que seja a nossa equipa a ganhar. Se assim for, faz-se grande festarola e bebem-se uns valentes copos... Se não for (toc toc toc) bebe-se para esquecer... ou até esquecer.
Até depois do jogo!

2003/08/25

Agosto

Agosto é o meu mês preferido.
Mais do que nos restantes meses, os encontros com os amigos (leia-se companheiros de copos) são mais frequentes. Há sempre meia dúzia de rapazes do meu tempo que voltam de fora (a maioria de França), o Quinquilhas vem lá do Sul, o Caga-Tacos anda mais animado e aparece mais no jogo e o Grande consegue beber mais ainda que no resto do ano.
Nos ajuntamentos diários o pessoal fala dos tempos passados, discute-se a bola, criticam-se as sogras (raios me partam que não tenho sorte nenhuma na vida), come-se uns ovos cozidos e bebe-se umas cervejolas.
Agosto tem mesmo o seu “quê” de mítico. Todas as grandes músicas dos artistas populares referem este maravilhoso mês. Todo o emigrante tira férias em Agosto. Os grandes Arraiais e festas populares são em Agosto. A praia é melhor em Agosto (praia faz muito bem aos putos... e sempre nos dá a oportunidade de beber uns canecos numa daquelas esplanadas “à beira-mar plantadas”).
No princípio do mês entra Agosto... no fim do mês sai Agosto... Agosto é que se quer! Agosto é quando um homem quiser!

2003/08/19

Férias... Peripécias da viagem !!!

Tenho ainda frescas na memória as imagens que vi nas nossas estradas, este ano, como em qualquer outro e que me deixaram feliz ao perceber que não estou só na tentativa de manter tradições ancestrais que já vêm, pelo menos, desde os tempos dos nossos pais.
Relembro com saudade os meus tempos de meninice e toda a excitação que rodeava o dia da viagem... Hoje sou eu que procuro passar os acontecimentos deste dia tão especial aos meus putos e agora também a todos vocês na esperança de que vos traga as mesmas gratas recordações que a mim me traz.

Tudo começa manhã cedo - de forma não só a fazer-se a viagem pelo "fresquinho" (isso de carros com ar condicionado é para rotos, e mesmo que, por acidente, o tenham instalado é melhor não ligar para não gastar) mas também a partir-se antes dos outros (eu não devia dizer esta parte, pois vocês vão começar a fazer a mesma coisa e fazer-me chegar mais tarde, aliás desconfio que alguns de vocês já o fazem) - com a complicada actividade de fazer caber dentro do carro todo o conteúdo de uma casa de dimensão média, incluíndo, entre outras coisas, televisão, espreguiçadeiras, a cama de rede, um barco de borracha, a cana de pesca e respectivo equipamento, dois ou três putos com demasiadas energias, o cão, o gato, o periquito e o peixinho dourado da miúda mais nova.
Após alguma transpiração e visto que já passa do meio-dia e não queremos cair em fraqueza a meio da viagem nada melhor que fazer uma pausa para descansar um bocadinho, almoçar e seguir viagem (não sem antes ter malhado três ou quatro cervejolas para repôr os líquidos - a desidratação é sempre um perigo a considerar).
Posto isto, fazemo-nos à estrada. É natural que a viagem demore algum tempo, pois os 55 cavalos da viatura terão alguma dificuldade de subir acima dos 160 Km/h devido à carga que deve ser calculada de forma a que o pára-choques traseiro não esteja mais de um palmo acima da estrada, para manter a estabilidade.
Para além deste importante pormenor de segurança faço-vos apenas mais duas recomendações. A primeira é que tapem completamente o vidro traseiro do bólide, de forma a que quem vem atrás não consiga espreitar para dentro do carro e a segunda é que, no caso de apanharem filas, se mantenham sempre bem juntinho ao carro que vai à vossa frente não só para que não percam o vosso lugar na fila para algum espertalhão (claro que sempre que tenham vocês a hipótese de ganhar uma posição não podem hesitar), mas também para que mais rapidamente se apercebam das travagens e acelerações dos restantes pilotos.

Seguindo estas pequenas recomendações acredito que sem dificuldades chegarão ao vosso destino e ficarão também com belas recordações para contar a toda a gente.
Sendo assim, por agora, resta-me apenas desejar-vos Boa Viagem !!!

2003/08/18

Férias...

Ora vivam, caros amigos...
Regressei recentemente de umas pequenas férias e como tal ainda estou um pouco amolecido não só pela canícula (valha-nos a cerveja geladinha) por que temos passado nos últimos dias mas também pela perspectiva de começar de novo a trabalhar no duro, que é algo que nunca se deve exigir a um tuga que se preze depois de um período de férias (por mais breve que seja) ou até de um fim-de-semana ou feriado...

Como ainda estou imbuído pelo espírito da estação resolvi que os proximos posts serão dedicados a descrever algumas das actividades e rituais mais típicos do tuga durante este período mais estival... Mas isso fica para mais logo, porque agora tenho de ir descansar um bocadinho que só de falar em trabalho já fiquei cansado !!!

2003/08/07

Que calor!

Está mesmo um daqueles dias em que só se pode sobreviver graças à existência das tascas. Quando digo "tascas" quero mesmo dizer "TASCAS". Obviamente nâo me refiro aos lugares de culto dos (supostos) cultos. Uma tasca é um sítio onde o pessoal porreiraço se encontra, onde se bebe uns copos, se come uma série infindável de petiscos e onde não hà ar condicionado (por outro lado não existe sítio "pipi" que não tenha essa porcaria).
A falta de ar condicionado só traz vantagens. Não temos de levar com mudanças bruscas de temperatura (pretegemos a saúde) e aproveitamos da forma que mais convier a temperatura. Se está calor bebe-se uma ou duas (dúzias) bejecas. Se está frio bebe-se tinto (que se não aquecer mais nada, aquece a alma).
Mas voltando à tasca (que está na hora)... Este calor dá mesmo (ainda mais) vontade de passar pela tasca e dar duas de treta com a rapaziada. Lá para o fim da tarde, depois de passar a tarde na praia com a famelga, vai-se lá, pede-se um príncipe (ou um fino para quem anda a fazer dieta - ainda que dieta não seja coisa de macho), come-se um pratito de tremoços (não esquecer de lamber o sal que sobra no fim), joga-se um dominó ou uma lerpa, discute-se o último jogo da pré-época (é fantástico como os "outros" clubes jogam sempre "que é uma merda") e depois repetimos o ciclo, iniciando-o novamente com o pedido de mais um príncipe (o pessoal da dieta nesta altura já a esqueceu).
Outra vantagem do calor é a possibilidade de utilizar roupas leves. Indumentária do "Verdadeiro" no Verão:
- Óculos de Sol "raibantes" (de preferência com ferrugem nas hastes)
- Chapéu do clube (de uma côr que chame a atenção)
- T-shirt caviada (com uma frase estupida na frente)
- Calções com forro (até aos joelhos)
- Sapatilhas brancas "Mike" ou "Ribuck"
- Meias escuras (ficam sempre bem com as sapatilhas brancas)
- "Volta" de ouro com uma cruz
- Palito (chega um para o Verão inteiro)
- Rádio (Zilips) com auscultadores (para a praia)

Não hà nada melhor que uns calções para dar uma coçadinha na blica ou na plantação tomateira! E bem vistas as coisas aqueles três segundos em que se dá a coçadela sabem melhor do que um prato de iscas de cebolada (quem duvida é porque não sabe coçar como deve ser - também não sou eu que vou ensinar... é pedir ao Eltão Jón)

Boas férias para quem de direito (e de torto).

2003/08/06

O Verdadeiro

De natureza invulgar,
É conhecido no mundo inteiro,
A "bagagem" tem o hábito de coçar,
É conhecido como o "Verdadeiro".

No tasco todos conhecem seu nome,
"Tóne", "Xico", "Cagão" ou "Nando",
Come rojões para matar a fome,
E bebe uns copos... de vez em quando.

Dotado de unhaca e palito,
À cruz ao peito não diz que não,
Diz gostar muito de pito...
Acompanhado de bastante pão.

Seu bigode é indumentária invejada,
E nele guarda o que lhe vai sobrando,
Desde migalhas a restos de dobrada
Cujo molho vai pingando.

Não é um "verdadeiro" vulgar,
Daqueles de quem os "tótós" falam,
Marca o seu espaço ao balcão do bar,
Arrotando alto quando todos calam.

É o "Verdadeiro" verdadeiro,
De casta e pedigree genuíno,
Tem um leve jeito de "begueiro"
E os sovacos cheiram a... suíno.

Bebe tinto carrascão da malga,
Come ovos cozidos e pataniscas,
Se for preciso o balcão galga,
Para apanhar o último prato de iscas.

Tem direito a homenagem sentida
Este ex-libris de Portugal,
Que dedica toda a sua vida
A comer... e coisa e tal...

2003/08/03

Unhaca, sem ti não posso viver...

Já tive unhaca,
De todas as cores,
De várias tonalidades,
Com muitos odores,

Trincadas com dentes,
Que limpam o nariz,
Já estive com elas a coçar o pénis.

Unhacas doentes e todas ratadas,
Unhacas sujas de terra e aguarrás,
Mas nenhuma delas,
Me fez tão feliz,
Como a do mindinho me faz...


Haverá alguma coisa melhor do que “enfiar” a bela da unhaca orelha adentro, naquelas alturas em que a cera começa a dar sinais de si? Sinceramente, considero a unhaca uma das 19 Maravilhas do Mundo (nos próximos posts vou referir as outras 18)!
A unhaca é, meus amigos, um hino à engenharia humana. A sua forma, a sua versatilidade, a sua... beleza! Quem se lembraria de criar um utensílio capaz de penetrar no orifício auditivo com tamanha delicadeza e retirar os quilitos de cera que se vão acumulando? Reparem bem na sua forma... a forma côncava permite que a unhaca funcione com um verdadeiro catrapilo no pavilhão auricular. Entra e sai, entra e sai, entra e sai... e sempre carregada. Lindo!
Claro que a unhaca tem outras funcionalidades que ainda não foram descritas, uma das quais é a que permite ao seu "utilizador" uma snifadela mais eficaz dos cheiros que pululam no corpo do macho. Sim, que unhaca é coisa exclusiva de macho! Como é que funciona? Simples. Depois da coçadela no rabo ou na tomatada é só levar a unhaca ao nariz para efectuar a análise (cheiradela) e ver se está tudo em ordem. Mais uma vez a forma da unhaca é essencial, uma vez que, em vez de ficar às portas do nariz, entra dentro do pavilhão nasal, permitindo um contacto “mais profundo” (e uma cheiradela mais intensa). MEGA vantagem, uma vez que desta forma se pode aproveitar para dar uma limpeza à narigonga...
Ainda falta referir a extrema utilidade da unhaca na limpeza do molho do prato de rojões... aquilo funciona melhor que qualquer colher.
Convencidos? Lembrem-se que ao contrários de outros utensílios é barata! Os acessórios fundamentais já estão incluídos no pacote MACHO e quando se vai estragando é só esperar que volte a crescer. Aviso à malta: qualquer “retoque” deve ser feito com os dentes, porque utilizar corta-unhas (ferramenta malvada) é coisa de rôto!
Tu que és macho, mostra a tua unhaca! Faz dela o simbolo da nova geração!
UNHACADOS VENCEREMOS!

2003/08/01

"Onde bloga um portugues blogam logo dois ou tres"

Meus amigos, sejam muito benvindos a este humilde tasco, que tem como unicos objectivos a vontade de manter vivas e dar a conhecer por esse mundo fora as tradiçoes, habitos e costumes de varias geracoes de portugueses da mais rija tempera...

Como podem ver pelo ditado que da¡ titulo a este post e que passou de geracao em geracao desde os nossos trisavos (que Deus os tenha) ate aos nossos dias, este tasco e frequentado por varios compadres que se foram conhecendo e descobrindo gostos comuns no meio de muitas malgas de tinto carrascaoo e respectivos pratos de moelas... Como acreditamos que nao estamos sozinhos neste imenso Portugal, resolvemos abrir aqui o tasco para divulgar e honrar tudo aquilo que faz de nos Populares Portugueses e para servir de ponto de encontro para todos os outros Populares Portugueses espalhados pelo mundo.

Espero que gostem e que se tornem fregueses habituais... Se nao gostarem tambem nao ha problema... Mais vinho sobra !!!

E agora vou-me embora que a Maria ja deve ter a janta pronta, e o Cozido a Portuguesa frio e uma valente porcaria...

Primeiro Fino...

Este é o primeiro post de muitos que o seguirão...
Se existe coisa mais tradicional do que um Blog, que me caiam já dois pingos de molho de francesinha dos bigodes!
(Caraças... sujei as calças... e logo no único sítio onde estavam "limpas"!)
Apenas serão aceites "bocas" de gajos que provem ter escrito a mensagem com um palito no canto da boca e com a "unhaca" (tema do próximo post) a retirar a cera dos ouvidos.
Aqui as regras fazem-se à sexta... quem está, está! Quem não está...

Bom, vou malhar um finaço e comer uns burriés...