2005/08/30

Bácances

Viva rapaziada!
Como sabeis a Tasca tem andado pouco movimentada - é Agosto e as obras estão paradas. O pessoal está de férias!
Para além das carraspanas, as férias serviram também para alargar o número de frequentadores do Quinquilhas (ou melhor, da TASCA do Quinquilhas). Entornizar o Migas foi tão bom como comer uma pratada de chispe regado com verde tinto! Parece que ainda estou a ver os olhos dele a brilharem de emoção enquanto era salpicado com uma pingas de tinto e molho de entremeada.
Nas férias aproveita-se sempre para melhorar a condição física. Porque se dorme mais (não temos de trabalhar aquelas duras duas horas por dia), porque se areja a "plantação" - benditos sejam os calções largos! - e porque se ingerem (ainda) mais líquidos (cereveja, vinho, etc.) - e como dizem os médicos: faz bem ingerir líquidos no Verão. E acrescenta cá o Tóne: faz bem e sabe melhor!
Minha gente, o pessoal está todo a voltar de férias, por isso o corropio na tasca deve estar para recomeçar.

Pataniscas e tinto!

2005/08/25

Entornização!

Ora aqui tou eu, Armindo Fagundes Migalhas, ou como disse o meu primeiro chefe, aos meus 12 anos, “ Vê lá se pegas no balde e na massa, ó Migas, e te pões a trabalhar , se não queres levar já 4 bufunfas nessa cara. “ E assim foi.


Desde esse dia já biajei por todas as tascas e mais algumas cá do sítio, a toque de andaime. Uma espécie de Ralie inter-tascas, sabeindes? Mas bamos começar pelo principio.


Ainda puto, a coisa era preta: todos maiores do que eu, mais sabidos, sempre na tasca, e eu ali a bulir. “deixaide-bos tar, pensaba eu. Que ainda bos faço a folha num tarda nada.” Mal pude, apanhei-os todos a dormir a Sexta, sim ledes bem, a sexta sesta do dia, e pimba assaltei-lhes o barraco. Tesos dum caralho. Ó fim de duas horas á procura (sim, a sexta sesta dura muito) só tinha 130 paus.

Ora, naquele tempo 130 paus só dava para ir pra um sitio: Braga.


Perdido de tasca em tasca em Braga (ainda tinham sobrado 20 paus, e uns micos) conheci um jobem (na altura claro), chamado Tone, que atirou:

“Queres ber que te arranjo um arranjinho lá no estaleiro?”. Assim foi.


Aquilo é que foram tempos. Sempre que podiamos (ou seja a toda a hora, pois os tempos eboluem e nessa altura já se praticavam as 8 sestas diárias), Migas, Tone, Nel, Mene, Neca, Tó Mané, Nando , bazavamos para a tasca mais próxima. Bons tempos esses. Era o Moscatel com banana, a superbock com SG-filtro, a superbock com pito d'alice, o tinto com patanisca, era tudo.

E como ao tempo eramos aprendizes, não nos deixavam subir mais do que o primeiro andar, era um pé no andaime o outro na tasca.

Bons tempos. Acabou por correr mal.


E lá fui continuando o inter-tascas, de norte a sul deste nosso cantinho á beira mar plantado, a tascar cada bez mais e a bulir cada bez menos.


As coisas foram ficando mais lixadas. Havia sempre um Igor ou um Eusébio que se queixavam ao chefe que eu não fazia nada e eles é que trabalhavam. Olha o displante.

Atentai:


  • na maioria das tascas dava pra ver a obra. Como sabeindes dá uma trabalheira do caraças um gajo cuncentrar-se em duas coisas ao mesmo tempo: concentrava-me no coirato, na patanisca e no tinto, e de vês enquanto lá lhes deitava o olho;

  • Quando não dava pra ver a obra, arranjava sempre um brasileiro, pois esses ao menos percebem mais do que “massa, masssa”, “água, água” e “trás ai mais uma”, e mais do que isso a gente percebe-os (mais ó menos). Ele lá me binha á tasca contar o que os outros tavam a fazer. Tinha 3 gajos á minha responsabilidade, olhava por eles para que fizessem bem o trabalhinho, e ainda se queixavam que não fazia nada? Já pa não falar das minhas bertiges, que num me deixavam subir o andaime. Uma injustiça, era o que era.


Deambulava já eu meio perdido, na continuação do inter-tascas, quando entro todo de ladex numa tasca e de lá me mandam:


“Como é ó Migas, pataniscas e tinto?”. Esfreguei os olhos e lá tabam eles todos juntos. Os Verdadeiros. Estava de volta.


Vai dai manda o Nel “Olha que vais ser entornizado agora, vais ser dos nossos.” Ainda num percebi muito bem o que é isso da entornização, mas suspeito que tem a ver com binho, uma vez que me deitaram binho pá t-shirt e num parei de beber até me esquecer de que taba a beber.


Quando acordei, abri os olhos e tava quadriculado. Hã, a tijoleira. Olhei para cima e bi: “Quinquilhas, pataniscas e tinto.” Acho que cá bou boltar.



Migas





2005/08/19

Bino!

Biba rapaziada, tá tudo ou quê?
Ora hoje venho cá dar uma rapidinha - de vez em quando tem de ser!
Eis que a meio de uma discussão de nomes "Verdadeiros", um dos trolhas aqui da obra diz: "Quer dizer... eu conheço um Masturbino!".
Nem mais! Masturbino! O Bino ou "Sarapitolino" como é conhecido pelos amigos mora aqui pelo Norte.
Resta saber como foi feito! Mas com um nome destes dá para adivinhar a "posição" utilizada no momento da "procriação".
Para ser um Verdadeiro a sério devia chamar-se "Fodolino", mas pronto... também serve!
Se conhecerem mais nomes "estranhos" botem aí nos comentários.

Pataniscas e tinto!

2005/08/03

Um Verdadeiro com visão

Andávamos pelo início dos anos 80.
A música popular (Verdadeira) despontava. Os grandes valores iam aparecendo. Esses mesmos valores que, em 2005, ainda seriam reconhecidos pelos Verdadeiros Populares como ícones da música nacional.
Entre eles, um homem com visão ia dando nas vistas (por falar nisso, ainda o outro dia tive de "dar nas vistas" a um "cavalheiro" que queria passar à minha frente na fila para a barraquinha de cerveja no Festival da Francesinha). O seu nome: José Cid. Conhecido pelos óculos escuros (que viriam a ser imitados pelo Abrunheira) e pelas dúvidas: "será cego?", "aquilo é cabelo real ou capachinho" (dúvida que o mesmo tirou no programa do Rui Unas - ganda magano - "é claro que o cabelo é meu, óh Unas, se o paguei!").
Como vos disse, para além de grande compositor e grande músico é também um visionário. Numa altura em que existiam na sociedade portuguesa muitos tabus, ele falou de um: o paneleirismo!
Atentem na música: "Como o macaco gosta de banana, eu gosto de ti... Meti um cacho debaixo da cama, e comi comi...". Esta música foi feita numa clara alusão aos macacos que deturparam a verdade da sociedade! Falava nesta altura, José Cid, dos homens sexuais! Gostavam da banana... e parece que ainda gostam! Mas cada um com a sua, claro, é da maneira que mais mulherio sobra!
Para mim, banana só com moscatel, na Bela Bracara Augusta!

Pataniscas e tinto!

2005/08/01

Ouvido de passagem

Biba rapaziada, tudo bem?
Eu cá vou andando, meio mal das cruzes (outra vez) mas sempre cheio de vontade!
Hoje passei por cá só para vos contar um episódio que presenciei quando, entre o almoço, jogava uma bilharada - e bebia uns canecos, claro está!
Eis que numa das mesas ao lado jogava o Grande Mestre Professor Bitaites. Perante uma jogada que correu de acordo com o que previra, o Professor atirou:
"São as leis de Murphy!" (o "Murfi" é mais um Verdadeiro como tantos outros...), ao que de imediato o companheiro do bilhar lhe respondeu:
"São é as leis do caralho!" - como reparou que estava muita gente a ouvir, ainda tentou corrigir dizendo "são as leis da gaita", mas a sua resposta imediata, genuína e Verdadeira já lhe tinha fugido pela boca fora.
É destes homens que o nosso país precisa. Verdadeiros! E sem papas na língua (mas com papas de sarrabulho no bucho)!

Pataniscas e tinto!