2003/11/29

Poema de Inverno 5

(7) Aaooooouuuuuuuuuuu

Neste dia de Inverno
Vou-vos ser muito franco
Prá aquecer bebo um copo
Seja tinto ou seja branco.

(7) "O Poeta Popular" - em Nadorenguês

2003/11/28

Poema de Inverno 4

(6) Aaoooouuuuuuuuu

Neste dia de Inverno
Tou com frio nos colhões
Ninguém me manda sair à rua
De t'shirt e calções

(6) ...

2003/11/27

Poema de Inverno III

(5) Aaoooouuuuuu

Neste dia de Inverno
Está um frio de morrer
Bebo um copo de vinho
Nem que seja, prá aquecer

(5) Já sabem para que serve....

2003/11/26

Poema de Inverno 2

(5) Aaoooouuuuuuuu

Bebo um copo de vinho
Antes de ir para o trabalho
Neste dia de Inverno
Com um frio do caralho

(5) Forma de cumprimentar a malta

2003/11/25

Poema de Inverno

(4) Aaaoooouuuuuuuuuuu

Neste dia de Inverno
Está um frio de rachar
Vou beber um copo de tinto
Antes de começar a trabalhar.

(4) Forma de cumprimentar a malta

2003/11/18

Lendas do Nosso Portugal Popular - III

Constituindo nome ímpar, Carrapichana, freguesia de Celourico da Beira, conta a tradição que deve o seu nome a uma senhora, chamada Ana, figura típica e conhecida pela Carrapichana e lugares circunvizinhos.
Conhecida pela sua voz aguda e forte de corpo, não se ficava atrás no que toca a beber. Sendo grande apreciadora de vinho, devorava de uma vez só, qualquer copo de vinho que lhe oferecessem.
Ao darem-lhe um copo de vinho a beber, os homens incentivavam-na dizendo:
- Escorropicha esse copo, Ana! (Escorropicha designa o acto de beber).
Com o correr do tempo a terra passou a designar-se Carrapichana, por via erudita de "Escarrapicha, Ana!", para designar a terra onde " Escarrapicha Ana!" um copo de vinho sem parar.
Num prédio da rua da Amoreira, encontra-se uma figura de pedra, que o povo chama Carrapichana, mulher que deu o nome à sua terra.

Escorropichadelas a todos!

PS: Pergunto-me qual a origem desta palavra... seria alguma dama (com problemas de dicção) em apuros a gritar: "Es'corro! Es'corro! Picha!"

2003/11/16

Quem eu encontrei???

(3) Aaaoooouuuuuuuuuuuuuu

Imaginem quem eu encontrei!?!?!?!? O Ti Bairros!!!!...eheheheh é verdade.
Ônte fui ao Porto a uma consulta no hospital, por causa de umas hemorroidas e gases que me atormentam nesta época de castanha e vinho. Atão eram praí sete e pico...da tarde quando vou a passar naquela rua grande....os Alinhados, onde se fazem as festas de S. João no Porto. Umas vezes em Maio, outras em Junho e já vi em Julho.
Bom...ia a passar, como ia dizendo, e há lá um local com muitas camionetas. Tou eu a percorrer o paralelo da calçada, quando encostado a uma camioneta, está o Ti Bairros. Mão colada à viatura, boné na cabeça, gabardine pelos ombros e pernas semi-abertas. Dei por ela porque ele puxou uma daquelas suas "verdes" (que o tornaram penta campeão do atiranço da bisga, lá na Tasca do Nunes) e com o barulho do costume amanda-a pró chão. Paro. E qual é o meu espanto, vejo o Ti Bairros agarrado à mangueira pessoal, e a tentar lavar a camioneta, pela zona das rodas traseiras. Que quadro!
Por momentos não soube o que fazer, mas decidi apertar-lhe o bacalhau e aproveitei (que ainda tinha tempo para a carreira das sete e meia), para também eu, dar uma regadela na camioneta dos STCP, que ia partir naquele instante rumo à Avenida daquele clube de camisolas esquisitas.

E pronto...era só para saberem que, enquando libertávamos líquido e embelezávamos a calçada de verde, conversamos um bocado e fiquei a saber que está tudo bem com ele e com os seus.

Um bem haja pró Ti Bairros. Se me estiveres a ouvir, vai a um posto de Net e lê o que acabei de escrever.

Bisgas a todos!!!

(3) Foi como cumprimentei o Ti Bairros assim que o encontrei....

2003/11/12

"O saber é como a dobrada, ocupa lugar mas não é nada que uma malga de vinho não resolva."

Todos nós sabemos que a verdadeira cultura popular está a desaparecer a cada dia que passa... É verdade hoje em dia dá-se muito mais importância às coisas etéreas e superficiais do que ao saber dos anos feito e passado de avós para pais e de pais para filhos ao longo de muitas gerações.
Foi por isso que fiquei tão contente quando descobri a existência da Universidade Popular do Porto. E mais contente ainda fiquei quando descobri que eles tinham seminários como este. No entanto não posso deixar de reparar que esta oficina (muito má designação, oficina lembra trabalho e trabalho não tem nada a ver com cultura popular) aborda principalmente a teoria e a discussão de ideias e opiniões, o que, apesar de ser legítimo e necessário, não abrange os temas realmente importantes, como por exemplo:
  1. Do bacalhau até à patanisca - ciclo de vida
  2. Cozido à Portuguesa - confecção e deglutição
  3. A vinha e o vinho - castas, história e enfardanço
  4. Lendas e tradições do nosso Portugal Popular
  5. Vestimentas, estilo e teoria comportamental
  6. A casa e a tasca - diferenças e semelhanças
  7. Futebol, sueca e restantes jogos e entretenimentos
  8. O insulto e o piropo - diferenças estilísticas e casos práticos
Deixo aqui o repto à Universidade Popular para organizar uma continuação para este curso, que aborde questões mais práticas, como as que eu acabei de referir. Já agora, convidarem-nos a nós Populares Portugueses para leccionar alguns destes temas também não era nada mal visto. Quanto a honorários escusam de se preocupar... A malta resolve o assunto com uns pipos do nosso bom vinho português e algumas valentes petiscadas pelas tascas do nosso querido Portugal.

E se mais ninguém pegar nestas ideias, não há problema. São temas que já ficam alinhavados para quando abrirmos a Universidade Popular Portuguesa !!!

2003/11/10

Lendas do Nosso Portugal Popular - II

Há muitos, muitos anos atrás houve uma batalha chamada Alcácer-Quibir (que parece o nome de uma música da Maria João e do Mário Laginha).
Nesse tempo havia um Rei chamado D.Sebastião que reinava em Portugal (e que comia muito - daí o "Sebastião come tudo, tudo, tudo...").
O D. Sebastião não se podia negar de ir a essa batalha (senão poderiam pensar que ele era rôto).
Juntou a sua tropa preparada para tudo (para *quase* tudo...).
O Rei D. Sebastião deu o sinal de fogo e os soldados correram (a ver quem chegava primeiro).
Sangue derramava nas suas espadas, caiam no chão cobertos de sangue (e gritavam "Ai Jasus Senhor... que não volto a ver a tasca do Quinquilhas!").
Era uma manhã coberta de nevoeiro, a tropa de Portugal venceu mas o Rei D. Sebastião tinha desaparecido (mal eles sabiam onde ele andava).
As pessoas sabiam que ele tinha desaparecido mas não sabiam como ele desapareceu (mas eu sei, tinha ficado com sede e decidiu ir ao Quinquilhas malhar um copo de três).
Pensaram que como essa manhã estava nevoeiro que ele voltava a aparecer um dia (só que o bebedeirão foi tamanho que quando acordou estava deitado na cama com um "tráveque" espanhol... a vergonha foi tanta que teve de saltar a fronteira para Espanha, onde junto com o "trávéque" viveu feliz para sempre...).
Torresmos com tinto a todos!

2003/11/06

DesNORTE...

Estava no outro dia agarrado a um prato de presunto e a beber um jarro de tinto, enquanto via o Boavista-FCP, quando assisti a uma cena lamentável:
Na mesa ao lado da minha estava um casal com o filhote, acompanhados de dois amigos. Discutiam futebol (falavam mal do Boavista e do Porto - foi no Centro-Sul de Portugal), quando um dos ditos "amigos" se virou para o miúdo e perguntou:
"Olha lá, tu és do Benfica ou do Sporting?", que é como quem pergunta "Queres levar um murro na cara ou um pontapé no cú?!?". Da-se! E as outras opções?
Um dia destes entro na tasca do Quinquilhas e perguntam-me: "Queres torresmos com bolor ou dois rissóis de moscardo?". Rais parta a ignorância!

PS: Pelo menos eu perguntaria "És do Porto, não és?" (enquanto segurava numa faca). Assim sempre reduzia o leque de respostas...

2003/11/02

O Elevador do Tio Mene

Aouuuuuuuuuuuuuu (2)

Meus Amigos!

Já lá vai algum tempo que não vos escrevinho qualquer coisita. A labuta diária impede-me de juntar dois dos meus neurónios a trabalhar para o Popular.
Mas a alegria que me invade a alma e os acontecimentos recentes fizeram com que me libertasse desta prisão e me fizesse deslocar à tasca para passar um bom tempo junto desta televisão à minha frente e carregar numas letras.
Isto não está relacionado com o facto de finalmente durante esta semana se ter anunciado que este é ano de bom Vinho!!! Naaaaaa... Melhor do que isso! Esta semana, após horas de esforço, dores incríveis e exercícios de respiração....fui TIO.
Uma moçoila de 3,450 kg de peso bruto passou a fazer parte da minha vida. Já marquei a boda do baptizado na Tasca do Nunes, com binhaça à descrição pró pessoal.
Mas falando da rapariga, tenho a anunciar que já começa a perceber as coisas da vida. Para além de ter dado a sua primeira cagada após lhe ter dito a palavra Benfica, viu na sexta-feira passada o primeiro golo do seu clube do coração, enquanto, de boca aberta (deslumbrada com o sucedido), procurava a torneirinha do nectar branco da mãe. Pode-se dizer que é Portista desde pequenina .......... e mamona.
Fui vê-la no outro dia. Sexto andar do hospital, lá fui eu com duas garrafas de vinho, uma broa e um tacho de rojões para a mãe, dentro de um saco. Chego perto do elevador e chamei por ele: "Oh Elevador???". Um homem ao meu lado ficou pasmado, mas o que é certo é que ele apareceu. Entrei. A meio da viajem, entram dois casais de Verdadeiros. Com uma média de idades entre os 40 anos, começaram a carregar nos números. Eu ia para o sexto, um dos casais para o 8º e o outro para o rés-do-chão, ou seja, 0.
-"Estranho - diz uma das mulheres - Atão eu carreguei aqui neste e isto está a ir pra cima??.
Pensei:"Está a bricar com a gente, tipo... desbloqueador de conversa".
-"És burra - responde o marido - tu carregaste no -3 e queres ir pra baixo? Não percebes nada disto. Eu carrego - e carregou no zero.
-" Não, mas ele vai pra cima e depois vem para baixo" - respondeu a outra senhora.
- "Atão se eu carreguei para baixo como é que ele vai para cima?"
- Cala-te, pôssa (que palavra gira que eu nunca soube como se escrevia). Isto vai lá dar" - respondeu o marido - Segura-te ai de lado que isto está a andar.
Passados 5 minutos (pelo menos pareceu) chegamos ao sexto andar. As portas abriram. Os casais à minha frente de plantão a tapar a porta. Eu a pedir licença pra sair e vira-se a ignorante: "Ai vai sair aqui??"
" Não, sua besta quadrada, eu nem quero sair. Tenho um fetiche por elevadores, sabia: cima, baixo, baixo, cima. Ohhhh..... Eu moro num elevador sabia? Até vim com comida e bebida para passar aqui um bom bocado. Aliás até escolhi o 6 porque me pareceu ser um bom número para carregar. Além disso eu já fiz muitos amigos num sito como este. Ou então sou o empregdo do hospital para levar as pessoas para os andares e dizer: Piso 6 - Obstetricia e Pediatria", Piso 3 - Psiquiatria para pessoas que não sabem andar de elevador! DA-SE!!!!!" - pensei eu com uma vontade de ter dito. Mas não disse.
Saí.
No caminho para o quarto, consegui perceber que, por momentos, dentro daquele elevador, senti-me um primata superior.

Inté!!!

(2) - Forma para cumprimentar o pessoal quando se chega à Tasca do Nunes.